Dando continuidade a nossa série de publicações em comemoração ao Dia da Bíblia,
no próximo domingo, no texto de hoje vamos lhe apresentar alguns
motivos para que você possa confiar neste livro que a Teologia Cristã
chama de a “Palavra de Deus“. Afinal, qual é a diferença da bíblia como livro religioso no meio de tantos outros?
Leia Também: 10 Curiosidades Bíblicas para o Dia da Bíblia
Antes de mais nada, independente de você ser um cristão e acreditar ou não na Bíblia como Palavra de Deus, fazemos um apelo por algo que será fundamental para que você possa compreender o motivo pelo qual confiamos que a Bíblia é, de fato, a única Palavra de Deus: disposição mental!
No livro chamado “Não Tenho
Fé Suficiente para Ser Ateu”, o Dr. Norman L. Geisler afirma que o
grande problema na grande maioria das pessoas que resistem confiar na Bíblia como Palavra de Deus,
bem como na existência do próprio Deus, não se trata de argumentos
lógicos baseados em fatos suficientes para que a pessoa compreenda, e
creia, mas sim no que ele chama de “indisposição mental para crer”.
Se trata, portanto, de algo de caráter
muito mais emocional/afetivo do que puramente racional, dado ao fato de
que racionalmente há motivos suficientes para confiar na inspiração
bíblica como Palavra de Deus, bem como no próprio Deus.
Outro renomado autor, o Dr. William L.
Craig, na obra “Apologética para Questões Difíceis da Vida”, apresenta
uma posição que faz eco a afirmação do Dr. Geisler, quando diz:
“Perceba que, para muitas pessoas, o
problema do mal não é realmente um problema intelectual: é um problema
emocional” (Pag. 117).
Em outras palavras, Craig ao lidar com o
problema do sofrimento no mundo lado a existência de um Deus soberano,
após refutar os principais argumentos, ele diz que racionalmente o mal
não contraria a fé em Deus, sendo a resistência dos Ateus muito mais
emocional do que intelectual.
Essa constatação também se aplica para muitos que resistem em confiar na Bíblia como Palavra de Deus, tendo em vista que ela reivindica sua autoridade como fruto da vontade do próprio Deus, se autodeclarando inspirada por Ele.
Por isso fazemos apelo para que o leitor
tenha “disposição mental”, no sentido de colocar de lado,
momentaneamente, suas impressões particulares, para conseguir analisar o
conteúdo com o máximo de imparcialidade emocional possível.
Está claro, portanto, que esse texto não serve apenas de fortalecimento da fé para os que já são cristãos em comemoração ao Dia da Bíblia, mas também um chamado para a fé cristã, a todos que desejam saber a razão da Bíblia ser, de fato, a única Palavra de Deus.
Preciso ter fé para confiar na Bíblia?
A princípio, não! O Dr. Louis Markos, na obra “Apologética Cristã para o Século XXI”, em sua defesa da Bíblia, argumenta que não é preciso ter fé para confiar na Bíblia. Segundo ele:
“Para comprovar as afirmações básicas de
Cristo e as doutrinas essenciais do cristianismo, o apologista não
precisa provar a inspiração ou inerrância da Bíblia; mas, apenas mostrar
que ela é confiável em seu relato histórico judaico-cristão“. (Pag. 174)
Dessa forma vemos que a fé pode ser,
também, um passo subsequente a compreensão da bíblia. Algo que se torna
fruto daqueles que, uma vez compreendendo a Bíblia, passam a enxergá-la como Palavra de Deus.
Em outras palavras, você não precisa ser um cristão para dizer que
confia na autoridade da bíblia como documento histórico. Todavia, o fato
dela ser o documento histórico mais confiável que temos conhecimento é um motivo muito forte para você acreditar no que ela diz, concorda?
Essa não é, todavia, a ordem necessária da fé. Há pessoas que tem fé antes mesmo de compreender os fatos que provam ser a Bíblia a Palavra de Deus. Para esses, passar a conhecer essas provas apenas fortalece uma fé que já existe. Sendo assim, comemorando o Dia da Bíblia, vamos apresentar a seguir alguns motivos para acreditar na Palavra de Deus
01 – No Dia da Bíblia, comemoramos uma fé fundamentada na História
Se a Palavra é Cristo, o Verbo
encarnado, como declara João 1:14, Cristo é o fundamento de uma fé que
tem na história um dos seus maiores respaldos, pois diferente do que até
então se conhecia como lendas de heróis e semideuses,
Cristo personificou e concretizou todos os mitos acerca de um Messias,
Salvador e Deus.
Josh Mcdowell, na obra “Evidências que
Exigem um Veredito” (volume 1), afirma que um professor de literatura
universal certa vez lhe perguntou: “Qual sua opinião sobre a mitologia
grega?” No que ele Respondeu __ “Você quer saber se os acontecimentos da
vida de Jesus — a ressurreição, o nascimento virginal, etc. — foram
apenas um mito?”, disse o professor: “Isso mesmo”. Macdowell responde o
seguinte:
“…entre essas coisas aplicadas a
Cristo e essas mesmas coisas aplicadas à mitologia grega, existe uma
diferença óbvia que geralmente é ignorada. Os acontecimentos análogos da
mitologia grega (como, por exemplo, a ressurreição) não se aplicavam a
indivíduos reais, de carne e sangue, mas a personagens mitológicos.
Na questão do cristianismo, esses
acontecimentos estão ligados a uma pessoa que os escritores conheceram
na dimensão tempo-espaço da história, o Jesus de Nazaré da história, que
eles conheceram pessoalmente.”
Em outras palavras, diferente de
Gilgamesh, Hércules ou Hórus, por exemplo, lendas que nunca passaram de
lendas, Jesus Cristo foi o único personagem real e historicamente
comprovado, não apenas pelos que foram seus discípulos, mas também pelos
que lhe perseguiram e não acreditaram na sua mensagem de salvação,
porque conviveram com Ele ou pessoas próximas a ele.
Fundamentado na vida e ensinos de Jesus,
o Novo Testamento foi escrito e preservado mais do que todos os
documentos históricos existentes, preenchendo todos os critérios de
confiabilidade material sobre documentos históricos, tais como:
a) número de cópias;
b) condições de preservação;
c) distância do tempo entre os originais e as cópias;
d) referencias externas.
Sobre estes critérios, a Bíblia
como um todo, em especial o Novo Testamento, é o documento que
preenche todos os requisitos com uma diferença absurda se comparada a
qualquer outro documento histórico. Veja no quadro abaixo alguns
exemplos:
Em contrapartida, a Bíblia
possui manuscritos que datam do século primeiro. Ou seja, menos de 100
anos de diferença entre a cópia e o original (70 d.c), enquanto que o
menor espaço de tempo entre os outros documentos, no caso, de Suetônio e
Tácito, é de 800 anos!
Em número de manuscritos, a Bíblia possui um total de 24.633 cópias que sobreviveram ao tempo, enquanto o documento que vem em segundo lugar é a Ilíada, de Homero, com apenas 643. É uma diferença absurda! Veja abaixo o número de manuscritos bíblicos em acordo com sua origem:
Manuscritos Gregos:
Unciais 267
Minúsculas 2.764
Lecionários 2.143
Papiros Achados 8.847
Minúsculas 2.764
Lecionários 2.143
Papiros Achados 8.847
Versão Vulgata: mais de 10.000
Latina: mais de 2.000
Etiópico: 4.101
Eslavônico: 2.587
Armênio: mais de 350
Versão Siríaca: 100
Peshita: 75
Copta: 50
Árabe: 76
Versão Velha Latina: 3
Anglo-Saxônico: 2
Gótico: 21
Sogdiano: 3
Siríaco Antigo: 2
Medo Persa: 2
Frâncico: 1
Latina: mais de 2.000
Etiópico: 4.101
Eslavônico: 2.587
Armênio: mais de 350
Versão Siríaca: 100
Peshita: 75
Copta: 50
Árabe: 76
Versão Velha Latina: 3
Anglo-Saxônico: 2
Gótico: 21
Sogdiano: 3
Siríaco Antigo: 2
Medo Persa: 2
Frâncico: 1
É com base em dados como esse que declara o Dr. John W. Montgomery sobre a confiabilidade da bíblia como documento histórico:
“…ter uma atitude cética quanto ao
texto disponível dos livros do Novo Testamento é permitir que toda a
antigüidade clássica se torne desconhecida, pois nenhum documento da
história antiga é tão bem confirmado bibliografícamente como o Novo
Testamento”
Isso, porque, se não há dúvida das obras
escritas por Sófocles, Platão, Aristóteles, Homero, Horácio, etc., bem
mais distantes dos originais (mínimo de 800 anos), mau preservadas e com
uma diferença absurda de cópias se comparados aos manuscritos bíblicos,
como não poderíamos concluir que a Bíblia é, de fato, o documento histórico mais confiável entre todos?
O número de referências externas também é
outro dado importante. O conteúdo bíblico é citado por diversos
personagens históricos, confirmando sua veracidade, dentre eles Júlio
César, Tácito, Suetônio, Flávio Josefo e Plínio. Em outras palavras, o
número de testemunhos extra-bíblicos sobre os fatos narrados na bíblia
são mais contundentes do que muitas evidências sobre civilizações
antigas ensinadas em escolas e universidades como disciplina
obrigatória.
02 – As Profecias Cumpridas
Nenhum outro documento histórico fez profecias como as relatadas na Bíblia.
Apenas sobre a vida e morte de Jesus Cristo, foram mais de 200
profecias cumpridas a risca, com um intervalo de 700 anos entre seu
registro e o seu cumprimento, sem falar das profecias referentes ao povo
Hebreu e ao Estado de Israel.
“Promessa e cumprimento, eis o
conceito-chave da hermenêutica do Antigo Testamento segundo a História
da salvação, que pretende reduzir tudo quanto é antigo ao denominador
“promessa”, e tudo o que é novo ao denominador “cumprimento”. (Claus Westermann)
Uma análise honesta das profecias
bíblicas já cumpridas, por exemplo, através de Jesus, nos faz reconhecer
a impossibilidade de que tais previsões tenham sido inventadas, pois
estatisticamente elas são tão absurdas em detalhes e precisão que chega a
ser impossível terem sido criadas por um ser humano.
03 – A Unidade Temática da Bíblia
Se uma pessoa começar a ler a Bíblia em
gêneses sem fazer a menor ideia de que este livro é, na verdade, uma
compilação de vários livros, escrito por mais de 40 autores ao longo de
1.500 anos, cada qual num contexto social, cultural diferente, onde a
grande maioria nunca teve a oportunidade de ao menos ouvir falar uns dos
outros, numa época onde não havia internet, telefone ou SEDEX, ela
ficaria surpreendida ao saber que todos falaram do mesmo assunto, sobre o
mesmo Deus, profetizando sobre o mesmo Cristo.
A unidade temática da Bíblia
é uma das muitas evidências de que os textos foram inspirados por Deus,
utilizando pessoas diferentes, porém, preservando suas características
linguísticas e culturais em torno de uma só temática: o plano de
salvação de Deus para a humanidade através do Messias profetizado. Sobre
o tema e sua unidade, declara o Dr. Westermann, na obra “Teologia do
Antigo Testamento”:
“O cerne da palavra anunciadora é a
profecia, embora não exclusivamente, visto que ocorre também nos livros
históricos. Anuncia, ora a salvação, ora o juízo, promessa alvissareira
ou castigo rigoroso. Ambos os tipos estão interligados em todo o Antigo Testamento,
a começar da história primeva, nas promessas feitas aos patriarcas, na
saída do Egito e na ocupação de Canaã, durante o exílio e o período
pós-exílico até a era apocalíptica. (…)
No seu conjunto, ela é formada pela história das promessas salvíficas e dos anúncios de juízos em todo o Antigo Testamento.” (Pag. 16)
04 – A Experiência de Fé que dividiu a história e continua transformando vidas
As evidências históricas e textuais da Bíblia,
como obra singular e fonte de autoridade arqueológica, não provam de
forma objetiva ser ela a Palavra de Deus. Sobre isso, tanto Markos como
Macdowell, por exemplo, reconhecem que os dados históricos são apenas
dados históricos e não provas da inspiração bíblica.
Todavia, o que esses fatos revelam,
segundo esses mesmos autores, é o grau de confiança que podemos
depositar no conteúdo bíblico, por ter sido escrito por pessoas reais,
cuja experiência relatada foi testemunhada por outras pessoas, como foi o
caso da ressurreição de Cristo, um fato testificado não apenas por seus
discípulos, mas por mais de 500 testemunhas!
“…Cristo morreu por nossos pecados,
segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao
terceiro dia, segundo as Escrituras, e que foi visto por Cefas, e depois pelos doze. Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também. Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos. E por derradeiro de todos me apareceu também a mim”. (1 Coríntios 15:3-8)
Sendo assim, diante de tamanha credibilidade histórica, centenas de profecias cumpridas e unidade temática
inconcebível por qualquer ser humano, como não acreditar no que a
própria Bíblia declara sobre a fonte da sua inspiração? Negar isso é o
mesmo que dizer nunca ter existido na antiguidade a civilização egípcia,
grega ou persa. Todavia, as pirâmides do Egito existem até hoje, certo?
Elas confirmam a narrativa bíblica sobre a existência desse povo,
evidenciando a veracidade dos relatos sobre Moisés e a libertação do
povo Hebreu.
Da mesma forma, a declaração de Cristo
em Mateus 5:17, ao dizer que não veio revogar a lei (Antigo Testamento),
mas cumprir, bem como todas as suas citações dos textos hebraicos,
servem como prova documental de que Cristo reconheceu o Antigo
Testamento como Palavra de Deus. Se a figura de Cristo é, portanto,
digna de confiança histórica, suas declarações também são.
Consequentemente, as declarações
contidas em 2 Timóteo 3:16 e 2 Pedro 1:20-21, que apresentam as
escrituras como ensinos do Espírito Santo, também são dignas de
confiança, pois foram escritas por figuras históricas reais que puderam
conviver com Cristo ou pessoas próximas a Ele.
Logo, uma vez que os dados históricos comprovam a confiabilidade da narrativa bíblica como fatos reais, temos condições de crer naquilo que a Bíblia declara sobre ela mesma,
desde as introduções proféticas e doutrinárias do Antigo Testamento,
iniciadas com “ASSIM DIZ O SENHOR”, como as narrativas de Cristo sobre
Ele ser o Messias prometido, vida, morte e ressurreição, o testemunho
dos discípulos e as cartas de Paulo.
Lado a isso temos a experiência de fé de bilhões de pessoas ao longo da história, que ao compreender e acreditar na Bíblia como Palavra de Deus,
seguiram seus ensinamentos e tiveram suas vidas transformadas. Nenhum
outro livro, por si só, possui tal capacidade de transformação ao ponto
de moldar civilizações inteiras, dividir a história e ainda continuar
sendo um best-seller mundial por excelência.
O que explica isso na Bíblia é o que declarou o próprio Jesus de forma muito objetiva:
“Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos;
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:31,32)
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:31,32)
Conhecer o Jesus bíblico, portanto, é
muito mais do que a simples leitura de um livro. É a oportunidade de ser
liberto da ignorância espiritual que nos escraviza, para reconhecer a
Deus como Senhor e Jesus como único mediador entre Deus e os homens.
Por fim, se você não é cristão e deseja se aprofundar no conhecimento bíblico para saber mais a razão dela ser a única Palavra de Deus, primeiramente leia a Bíblia, honestamente e pedindo a Deus ajuda para a compreensão correta. Em segundo, comece lendo o livro “Evidências que Exigem um Veredito“, volume 1, de Josh Macdowell.
Em terceiro, siga o conselho de
Montiero-Williams, também citado por Macdowell na obra indicada como
antigo professor de sânscrito, que passou 42 anos estudando livros
orientais e comparando-os com a Bíblia, para no final fazer a seguinte afirmação:
“Se você quiser, empilhe-os (os
livros orientais) no lado esquerdo de sua escrivaninha; mas coloque a
sua Bíblia do lado direito – apenas ela, só ela – e que haja uma boa
distância entre a pilha de livros e a Bíblia. Pois existe uma grande
distância entre ela e os chamados livros sagrados do Oriente, de modo
que estes se opõem àquela total, completa e definitivamente… um abismo
real que nenhuma ciência do pensamento religioso conseguirá transpor”.
Fonte: Gospel+
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos por ter comentado!