quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

O Caráter da Bênção da Liberdade do Cristão

É somente pela permanência na vida espiritual que é operada pela fé, e que cresce na provação da fé, que se pode ser mais do que vencedor na prática da vida cristã diária, e não apenas por mero conhecimento doutrinário.

A doutrina verdadeira deve ser praticada, senão as graças que existem em nós, estão prestes a morrer (desaparecer), tal como havia ocorrido com a Igreja de Sardes (Apo 3.1,2).

Contudo quem é suficiente para estas coisas?

Então eles perderam também de vista a necessidade de se estar debaixo da influência do Espírito Santo, praticando a Palavra de Deus (andar no Espírito) para que então, estas coisas ordenadas pelo Senhor possam ser cumpridas e vividas.

A liberdade cristã não é liberdade para a carne, mas liberdade para a nova criatura.

A carne deve ser mortificada, e por isso foi crucificada juntamente com Cristo quando Ele morreu na cruz do Calvário (v. 24).

A nova criatura, esta sim, é livre, ela é celestial e não terrena.

Ela é responsável e perfeitamente santa. É a semente da vida eterna que foi semeada no coração do cristão.

É a nova vida do céu que foi implantada nele, e que está destinada a crescer e a vencer a antiga natureza, assim como a Nova Aliança revogou e substituiu a Antiga.

Ela é o odre novo no qual o Senhor está colocando o seu vinho celestial da verdadeira alegria.

É por viver e andar no Espírito, no crescimento progressivo da nova natureza, que os cristãos são habilitados e capacitados a viverem em unidade, sendo um só corpo em Cristo, unidos pelo vinculo do amor.

Somente assim se cumpre o propósito de Deus em relação a eles.

Porém, quando se deixam governar pela carne, e negligenciam os deveres que lhes são ordenados na Palavra, quando deixam de ser diligentes no hábito da santificação, esquecendo de purificar seus corações pela Palavra, pelo poder do Espírito, e de permanecerem continuamente nisto por todos os dias das suas vidas, então o que se verá são todas as manifestações que são designadas por obras da carne (dissensões, iras etc) e não o fruto do EspÍrito, que é amor, paz etc.

Os que andam na carne jamais cumprirão a Lei, e se iludirão se pensarem que a estão cumprindo.

Ora, se Deus sentenciou à morte a carne com suas paixões e cobiças na cruz, como podem os cristãos viverem, debaixo desta influência, em vez de se despojarem de tudo isto, uma vez que a vontade de Deus é que este corpo de morte de pecado não seja apenas morto, mas também lançado fora?

A nós é dado o dever de fazermos este trabalho de despojamento pelo Espírito Santo, em vez de hospedarmos o velho homem que já foi morto desde o dia que nos convertemos a Cristo e passamos a pertencer a Ele.

Deste modo quanto mais uma igreja se torna carnal mais ela estará sujeita à influência das falsas doutrinas.

Elas serão recepcionadas com muito maior facilidade, porque é somente sendo espirituais que podemos discernir não somente estas coisas, porque o homem espiritual discerne todas as coisas, principalmente as coisas que são do Espírito, porque elas se discernem espiritualmente.

Portanto é nosso dever nos interessarmos por esta luta do Espírito contra a carne, para apoiarmos a parte que deve ser apoiada, e destruir a que deve ser despojada.

Paulo fala disto como sendo o dever não somente dos gálatas, mas de todos os cristãos.

Se é por um andar no Espírito que se vence a cobiça da carne, então devemos nos empenhar firmemente em não apenas aprender o significado disto, como também o modo correto de praticá-lo.

A vida cristã não é uma vida contemplativa, não é uma mera devoção mística, porque é possível ser isto e estar completamente distante da verdade revelada.

Antes é uma vida que deve ser aprendida. É uma prática, é um hábito, é um constante crescimento na graça e no conhecimento de Jesus.

Por isso, para dissuadir os gálatas das suas falsas convicções, Paulo argumentou fortemente com eles dizendo que se é pelos pecados, que os praticantes deles que os amam e não pretendem deixá-los, serão deixados do lado de fora do céu, como podem os cristãos, que ganharam o céu por Jesus Cristo, permanecerem na prática destas mesmas obras pecaminosas?

É portanto, dever de todos eles purificarem seus corações pela Palavra, mediante o poder do Espírito.

É somente na Palavra revelada que os cristãos podem portanto achar segurança para ficarem livres dos erros satânicos, e de juízos errados relativos à verdade.

Veja o que o apóstolo nos ensina sobre a luta que existe permanentemente entre a carne e o Espírito, e vice- versa:

“Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis.” (Gál 5.17).

Observe que ele afirma que a carne e o Espírito se opõem mutuamente para que não façamos o que seja do nosso querer. O que ele quis dizer com isto?

É que na verdade tanto a carne quanto o Espírito lutam contra a lei natural da nossa mente, e contra as disposições da nossa alma. Isto é, tanto um quanto o outro, pretendem ter o domínio da nossa vontade e de todo o nosso ser.

A carne pretende nos levar a pecar ainda que não o queiramos; e o Espírito Santo pretende nos santificar e levar-nos a viver não pelo que é propriamente da nossa vontade, mas por aquilo que é da vontade de Deus.

Então o Espírito não luta contra a carne para que seja feito o que seja do nosso querer, mas para que a vontade de Deus possa se cumprir em nós.

O Espírito procurará nos levar portanto à cruz para que a carne possa ser crucificada com as suas paixões e desejos (Gál 5.24).

Jesus diz que as Suas palavras são espírito e vida (João 6.63). Isto é, elas não são mera letra, e não devem ser captadas, apenas pela mente como tal, mas deve ser buscada a realidade para a qual elas apontam.

Pr Silvio Dutra
Fonte: Gospel+

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